Um início nada perfeito: Daguerreótipo

Daguerre

Como o dia mundial da Fotografia (19 de Agosto) está chegando, farei algumas postagens em comemoração! (espero que gostem) E... como primeira postagem desta saga, passaremos por um breve histórico do surgimento oficial da fotografia! Cá entre nós, não foi tão fácil assim. As pessoas antigamente não aceitavam de primeira as inovações tecnológicas e científicas, em uma sociedade em que a religião dominava, seria difícil aceitar mudanças que saíam de suas crenças religiosas.

Assim como muitas invenções, a fotografia não teve um único inventor, aconteceu que um foi dando continuidade aos estudos do outro com contínuas observações, pesquisas e experimentos. A primeira idéia de fotografia, foi a idéia de "câmara escura" ainda com Aristóteles antes de cristo, mas quem registrou a primeira fotografia foi o Joseph Nicéphore Niépce, em 1826, após sua morte, Louis Jacques Daguerre deu continuidade à seus estudos. Oficialmente falando, foi em 1839 que a fotografia batizou-se, mais precisamente na Academia de Ciências e Artes de Paris, anunciada pelo físico Fraçois Arago que enfrentou uma platéia espantada com os detalhes do novo processo desenvolvido por Louis Jacques Daguerre. Por isso, o movimento foi conhecido como "Daguerreótipo". Para alguns aquela novidade foi considerada uma mágica (que até hoje, muitos ainda não conseguem entender) a capacidade que uma "caixa" tinha de "captar" uma imagem do "mundo real" que seria fixada a uma superfície. Embora tenha sido considerada magia para alguns, a fotografia foi chamada de "blasfêmia" por muitos, os mais conservadores. Daguerre era condecorado com o título de "Idiota dos Idiotas". Os pintores ingleses, por mais que se utilizassem da fotografia em seus retratos, a menosprezavam como sendo apenas um produto industrial. Baudelaire (um dos representantes da cultura francesa) negava publicamente a fotografia como arte: "A fotografia não passa de refúgio de todos os pintores frustados" diz.

Um artigo publicado ainda em 1839, explica bem este confronto: "Deus criou o homem à sua imagem e a máquina construída pelo homem não pode fixar a imagem de Deus. É impossível que Deus tenha abandonado seus principiors e permitido a um francês dar ao mundo uma invenção do Diabo". (Leipziger Stadtanzeiger, 26.08.1830, p.1) O mundo artístico europeu estava conturbado.

No final das contas, a invenção teve mais importância filosófica do que científica. Os estudos de "representação da realidade" dão continuidade até hoje. O acontecimento que mudou o mundo, que faz parte da vida diária de um povo que não passa um "evento" importante sem um registro fotográfico.